Segunda-feira, 27 de Novembro de 2006
Na Igreja, trajando uma roupinha recatada, rezou fervorosamente uma panóplia de Pais-nossos e Aves Marias, ajoelhou-se, fez o sinal da cruz variadas vezes, repetiu sem falhas as palavras da homilia, comungou com ar de uma beatitude irrepreensível - se não fosse ter uma conta razoável de pecados que não se arrependia, podia se dizer que era uma perfeita candidata à canonização. Na saída deu uma festa a um idoso e uma esmola avultada a um pedinte, apesar da grandiosidade dos gestos, não lhe garantiram a nomeação ao prémio Nobel da paz e contra a fome no mundo. Assim sendo, não tinha outro remédio, que continuar a trabalhar para receber o Oscar de best female actress. A esperança é a ultima que morre.
Maria joão F.
De The Economist a 27 de Novembro de 2006 às 20:24
Para um materialista, não dialécitco e liberal como eu, os católicos são fascinantes e até me causam inveja.
Deve ser óptimo pecar e ter aquele sentimento de culpa a seguir, principalmente se forem nios meus dois pecados preferidos: a gula e a luxúria.
Para eles o prazer existe em certa medida na antecipação da penitência para limpar a culpa que a precede e se instala logo ao seguir ao acto, seja ele de gula e/ou de luxúria. Se forem os dois ao mesmo tempo é o cume da perdição.
E se houver um Deus castigador, mas não muito, que se encarrega de lhes enfernizar a vida, toda a situação deve adquirir um colorido ainda mais interessante.
Mas quando se acredita no materialismo e, mais importante ainda, na liberdade individual, resta viver com o prazer (ou a falta dele) das situações e respectivas consequências. Não é tão divertido, mas não deve ser tão complicado como viver com o Auditor Divino.
Mesmo assim, que a luxúria e a gula nunca deixem de existir e que todos nos mantenhamos livres para sempre.
De The Economist a 27 de Novembro de 2006 às 20:30
Deve ler-se "dialéctico", "os meus dois pecados (...)" e "inferniza a vida".
Desculpem as gralhas,mas é do sono pós jantar e desta maldita chuva que nos faz mergulhar numa moleza terrível.
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