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Meu anjinho da guarda surgiu ontem no meio da noite escura.
Olho negro, corpo machucado e asa virada ao avesso.
Vinha num desalinho total, túnica rasgada no peito, um pé descalço e o outro calçado.
Mais uma vez andou à luta com diabos, diabretes, anjos de grande porte e arcanjos.
Enrolou-se numa briga no asfalto do céu, para os lados da via láctea, deu pontapés, murros, dentadas, disse palavras feias e até cuspiu para o ar, no final caiu redondo no chão.
Depois desse desvario Deus ralhou com ele, puxou-lhe as orelhas, e de castigo teve de rezar quarenta Aves Marias e cinquenta Pais-Nossos.
Sosseguei-o, disse-lhe que Criador era tonto, que andava de cabeça perdida por causa do buraco do Ozono, que não ligasse.
Abri o peito e firme, no meu um metro e oitenta de ego, garanti-lhe que na próxima vez o Senhor teria que se ver comigo.
Descobri os meus braços, passei os meus dedos pelos seus cabelos desgrenhados, compus as suas penas com carinho, cobriu-o com beijos repenicados.
Dei-lhe um colinho imenso e embalei-o com cantigas de ninar.
Meu anjinho da guarda, a metade adorada de mim, a metada arrancada de mim, adormeceu no meu peito.
Maria João- Mãiiiii (aqui bem puxadinho, senão não dá efeito!), a doutorinha está cá com uma falta de carências!
ZeliaN
Minhas amigas, tenho-vos encontrado numa maré tão virada para o romantismo que dou, por vezes, comigo a pensar: então e tu bambina, já adormeceste?!
Talvez em resposta a tal questão eu, que durmo tão bem tive, recentemente, uma disparatada insónia e o resultado é o que se segue:
Sinceramente, Amor
Eu quero voltar a ver-te,
Com gestos que não façam nada
E digam quase tudo,
Nem que seja, na alta madrugada,
Em sonhos de absurdo.
A noite é um lago.
Eu estou à tua espera,
Sem angústia nem dor
E o barco
- Viagem p'ra quimera-
Não chega, meu Amor.
Que deuses, sem rosto
Lhe barram o caminho?
Que rosas, sem cheiro,
Me cravam o seu espinho,
Me prendem e me anulam
P'ra nos separar?
Não há bambús na margem
Que filtrem o luar,
Que confundam, ao longe, a tua silhueta
E que, entre fumo e neblina,
Inventem a imagem
desta noite-menina
De busca e de espreita.
Noite de insónia,
Nostalgia branda,
Lago parado, em que nem o vento
Esboça um lamento
E, apenas, TU estás no meu pensamento
ZeliaN
Loucuras de uma paixão
(1997)
Música e letra: Mauro Diniz e Ratinho
Interpretação: Jorge Aragão e Ivete Sangalo
Sem lhe conhecer
Senti uma vontade louca de querer você
Nem sempre se entende as loucuras de uma paixão
Tem jeito não
Olha pra mim
Faz tempo que o meu coração não bate assim
Sem lhe conhecer
Senti uma vontade louca de querer você
Nem sempre se entende as loucuras de uma paixão
Tem jeito não
Olha pra mim
Faz tempo que o meu coração não bate assim
Não faz assim, me diz seu nome
Não me negue a vontade de sonhar
De sonhar os meus sonhos com você
Despertando pro seu adormecer
Seria bom demais
Que bem me faz, você.
Sem lhe conhecer
Senti uma vontade louca de querer você
Nem sempre se entende as loucuras de uma paixão
Tem jeito não
Olha pra mim
Faz tempo que o meu coração não bate assim
Maria João em almadensidade
Amo-te
Porquê?
Não sei... nunca parei para pensar no assunto
Nunca me preocupei em saber o porquê
Simplesmente... Amo-te
Deverá haver uma razão para te amar?
É preciso um motivo para este sentimento?
Simplesmente... Amo-te
Sem razões ou motivos
Sem conflitos ou orgulho
Simplesmente... Amo-te
Amo-te em cada nascer do sol
Amo-te em cada onda que quebra na areia
Amo-te em cada gota de chuva que me toca a face
Amo-te em cada estrela que se acende no céu ao anoitecer
Amo-te em cada folha que cai da árvore
Amo-te em cada sopro de vento que remexe os meus cabelos
Simplesmente... Amo-te
Ana
Se assim fosse, então eras o meu sonho feito carne
Maria João
Por artes da sua sina quando estava indecisa entre dois homens aparecia logo um terceiro.
Maria João F.
Se na vossa vida afectiva se virem na situação de terem que optar entre um homem do Partido Popular e um Sul-coreano, não hesitem optem pelo cilício, é seguramente mais sábio.
Maria João F.
Se a vida fosse perfeita existia paredes-meias com uma varanda acariciada por um abraço de cachemira, iluminada por uma lua parideira, feliz com a sua boa nova. Acrescentava a esse imaginário o cheiro a mangas maduras e uvas morangueiras, talvez o som de um rio, o reboliço de uma cascata. Nesse lugar seguro ficava ali a reparar-me, talvez embalasse o meu corpo em ritmos de vai vêm, tentando regressar a um tempo em que me sentia protegida, tempo roubado à infância de outro alguém. Á falta desse sonho, crio outro só meu, em que eu me baste, com Goa, casas coloniais e cheiro a terra molhada embebida em raízes esquecidas. Solitária também me reinvento e sozinha opto por azular.
Maria João F.