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Há quem saiba muito de natais, cite de cor todos os passos da sagrada família, há quem dê homilias e saiba mais, muito mais da vida de Cristo que eu. Contudo eu sei coisas que não estão escritas, eu sei, e sei-o como verdade absoluta, que Maria, ao ver os Reis Magos entrar, camponesas com galinhas e ovinhos frescos para ofertar, pastores com ovelhinhas de lã felpuda, agarrou bem o menino no seu colo, sorriu ao reparar que ele tinha herdado os seus olhos, encantada por o ter assim tão seu, tão junto ao seu peito, em voz mínima cantarolou para afastar o medo: O menino é meu, nasceu do meu ventre, alimentasse do meu leito, eu lhe mudo as fraldas, curo as suas maleitas, cólicas, sarampo e varicela, velo pelas suas noites até há exaustão, este dia é meu, nunca ninguém o amara ou conhecerá melhor. Por isso quando o mundo festeja a chegada do Salvador eu presto homenagem a Maria, sei da sua dor, compartilho a sua paixão e lhe agradeço do fundo do coração a permissão de entrar na sua manjedoura e depositar aos seus pés a minha fé nesse seu Deus menino, e já agora um pedido de desculpa por ter revelado o seu segredo.
Para todos os que amo, que Graças a Deus não são poucos, um Feliz Natal
Maria João F.
Janica
Acordou absolutamente fabulosa, sentia-se uma mulher de 1.90 aprisionada no corpo de uma personagem de 1.60.
- Consultório do Dr. Ramos, daqui fala Maria João. Queria cancelar as minhas sessões de psicoterapia. Sinto que consigo lidar com as crises da vida sozinha.
Minutos depois recebe um telefonema do seu ex-marido, acabou o namoro com a loira burra, quer tomar um cafezinho, tem saudades dos seus sonhos de abóbora e para cumulo dos cúmulos ainda lhe trás um presente de Natal. Sente-se agoniada, com vontade de fugir para Marraquexe, apetece-lhe gritar palavras esotéricas como palavrões em hebraico.
- Consultório do Dr. Ramos…era para dizer que me precipitei…
Maria João F.
O livro do "Antigo Testamento" teve o poder de me deprimir horrores. Aqui confesso que o tratei muito mal, risquei-o com canetas coloridas, atirei-o para o chão, caiu dentro da banheira e saiu algo descolorido da experiência (contudo mais cheiroso), serviu de almofada e foi várias vezes parar aos pés da cama (destino habitual dos livros que me passam pelas mãos ou dedos dos pés). Agora encontra-se alinhado na minha biblioteca, entre “Amor, curiosidades, prozac e duvidas” de Lúcia Etxebarria e os “segredos da infância” de Max Van Manem Bas Levering, na esperança que por contacto ganhe uma visão mais optimista e se descomplique. Já agora para uma questão de orientação, encontra-se na estante debaixo do Kamasutra Ilustrado que possui uma pequenita adenda criada por mim onde consta o complicado número do candeeiro (falta imperdoável na sabedoria milenar indiana), não estão na mesma prateleira porque achei que não era apropriado e até sou católica.
Tenho uma alma inquieta,
É uma alma cigana
Mas é cigana poeta.
Como ela poder partir
Descalça, pela estrada,
Sentir-me dona do mundo,
do tudo e mesmo do nada.
Ser-te fiel ao amor
E amar-te, sem reservas,
Tendo por tecto as estrelas
E a cama feita de ervas.
Desfazer a minha trança
Sobre o teu peito moreno,
Guardar na minha lembrança
Teu cheiro a terra e a feno.
Juntar, no mesmo galope,
O teu e o meu coração
E voltar, sempre, a amar-te
Em cada reencarnação.
Poder sonhar, sem entraves,
E ter toda a liberdade,
Partir e voltar, mil vezes,
Sem nunca sentir saudades.
Poder cantar meus poemas
De noite ou à luz do dia
Poder chorar se estou triste
E rir se tenho alegria.
Tenho uma alma inquieta,
É uma alma cigana
mas é cigana poeta.
ZeliaN
"Não vemos as coisas como são, vemos as coisas como somos" Anais Nin
Quando se ama não é, normalmente, para sempre...mas também pode ser para além do sempre. Para além do sempre talvez fique a eternidade, que pode ter todo um sentido esotérico ou ser uma espécie de lugar que nos transforma nos protagonistas do presente de quem amamos e que nos leva a que ansiemos ser o quanto basta para que o seu passado se ofusque, para nosso bem.
Um grande amor não nos empurra para uma relação de castidade para com a vida, mas transforma a pessoa de quem gostamos num "sol portátil" que nos ilumina, aquece e acalenta. Em verdade, talvez nunca sejamos fiéis a uma pessoa mas um grande amor por ela. Ser-se fiel ao amor não nos empurra para uma submissão canina, mas para contradições lúcidas que estimulem as nossas convicções e que encontrem, no olhar de alguém, a sua Liberdade.
ZeliaN
O homem e a mulher serão unos, partes da mesma maça vermelha, se assim a Natureza o indicar.
Sentada, fechei o momento com os meus dedos, cerei os olhos e trinquei o lábio.
Na minha Natureza antevi, a palavras sábias, os sons, as fases da lua, as cores e os sabores e odores do mundo.
Na minha Natureza antevi o teu brilho, o teu riso, o prazer, o teu sabor, o sentir da tua pele.
Na minha Natureza senti que tinha de deixar ir, largar lastro ao navio alado.
Quando abri os olhos, reconheci no céu a partilha e a simbologia divina. E brincando aos deuses, abri as mãos e tu...Pirata de perna de pau, olho de vidro e cara de mau...
“Eu amo a liberdade, por isso, deixo livres as coisas que amo, se elas voltarem, é porque as conquistei, se elas não voltarem, é porque nunca as tive." Mahatma Gandi fumando cachimbo
Maria João F. no mundo dos piratas