Quarta-feira, 19 de Novembro de 2008
Num jardim intemporal
Algures inventado:
Um homem, uma mulher,
Um sentimento sempre renovado
E uma história inteira por viver...
Singeleza de linhas
Ave do paraíso,
meu Príncipe bárbaro, meu gurú
força e sorriso:
Tu!
Moldada pelo vento
- Corpo a esculpir -
Um certo temor na noite de breu
Que a ausência da lua, ainda, reflecte,
Despojada de forças p'ra te resistir:
Eu!
E a essência da VIDA em NÓS se repete!
ZeliaN
Quarta-feira, 12 de Novembro de 2008
Meus sonhos dançaram
Nas dunas da praia-
Passos de leveza
Da cor da areia-
E que terminaram com a maré cheia.
Às neves eternas
Meus sonhos subiram-
Sonhos de cetim,
De frio e de altura-
Que se diluíram
No meio da brancura.
Na floresta densa
Meus sonhos tocaram
Mundos de verdura,
De som e de imagem,
Mas sempre voltaram
Tão sós da viagem!
Em busca, secreta,
de um pouco de amor
Meus sonhos cruzaram
Centenas de espaços
E, apenas, se quedaram
No calor dos teus braços!!!
ZeliaN
Sábado, 8 de Novembro de 2008
Para grande espanto constatou que tinha emagrecido, pensou que estaria a ganhar peso pela retenção de águas em forma de lágrimas que aprenderam a não sair. Depois intuiu, o sal seca a carne, estava portanto em salmoura, encontrara a solução para a celulite…fazia sentido!! Agora só faltava patentear o elixir “total descrença na fauna e flora masculina – caravela lusitana/couve lombarda”. Como ampolas de teste made in Portugal enviaria os contactos de uns tantos idiotas, toxicos e gelatinosos como alforrecas e com a inteligência afectiva em estado vegetativo, remédio santo de patente portuguesa. Apesar das contra indicações o produto seria um êxito comercial, vendo bem entre um corpo enxuto e um coração em flor de sal o ultimo é um mal menor.
Maria João
Terça-feira, 4 de Novembro de 2008
O meu filhote acordou-me com os acordes estridentes da sua flauta de plástico. Verdade, eram 7 horas e entoava na casa o maior dos chinfrins, pulei da cama e fui para o quarto dele em ares de dança moderna - dançando descalça, trabalhando contracções, torções, desencaixes etc, uma macaca pegada. Resumidamente como se a música encantada do meu Flautista de Hamelin me retirasse o sentido do ridículo. Depois entre aplausos disse: “que melodia divina, adorei acordar assim, certamente a vizinhança também!!”, rimos abraçadinhos a pensar no estertor do vizinho de cima (certamente na próxima reunião de condóminos o tema será levado à consideração). Para que se saiba segundo a professora de música o pequenito não toca grande coisa, além disso lhe falta atitude diz ela, para mim que tenho ouvido açucarado de mãe aquele miúdo é um Rão Kyao em potência.
Maria João
Segunda-feira, 3 de Novembro de 2008
A minha gata, de sua graça Maria da Luz, vela por mim durante a noite, acorda-me quando: estou no meio de algum pesadelo; tenho sono agitada, sente que se não me levantar e comer alguma coisa vou passar o dia com uma dor de cabeça infernal, estou-me a prolongar demais na pasmaceira da cama (e que existe vida lá fora para alem do edredão de penas e a almofada fofinha fofinha…). Para o efeito dá-me turras, pula de forma efusiva por cima da minha barriga, ronrona-me aos ouvidos e em casos extremos recorre a dentadas nos pés. Graças a ela tenho andado leve, sem enxaquecas ou remoendo nos sonhos fantasmagóricos da noite passada, sem duvida é uma excelente guardiã. Estranhamente hoje quando se colocou a ronronar mesmo por cima do meu toutiço, no meio de mais um sono alucinado, agarrei-a e a coloquei fora do quarto. Caramba o pesadelo é meu e já sou crescidinha para lidar com ele, a minha mãe-gata que me perdoe mas já chega de se intrometer entre mim e o meu mundo interior. Preciso de rever os meus fantasmas, acordar e sofrer como deve ser, sofrer para crescer. Sozinha, sem as defesas de uma gata que vela por mim como se de uma cria se tratasse. Como uma mulher!! Mulher filha de outra mulher, infelizmente não da essência da minha mãe gata.
Maria João