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Olhei-me mais uma vez para o espelho do retrovisor e virei a cara rapidamente! Que susto, lá estava aquele ar alucinado que faço quando estou em acting out (isto de se ter a mania que se é uma gaja culta é que podemos usar com ar de sapiência termos sofisticados para explicar todo o tipo de comportamentos desaparafusados, é isso e citações, são o wonderbra dos intelectuais: com a sua ajuda, até as ideias mais insignificantes parecem imensas).
Liguei o CD no máximo, e a voz trágica de Edith Piaf invadiu o ar ao som de “Non, je ne regrette rien Non!” …Rien de rien ... Ni le bien qu'on m'a fait…Ni le mal tout ça m'est bien égal !....Je me fous du passé!. Foi evidente que a escolha musical fora o mais disparatado possível. Ali estava eu acompanhada por aquela mulher pequenina de mágoas viscerais, intimista, intensa, e azarada como poucas, sem falar do frágil porte sinal de uma depressão/crónica/paradigmática colada à pele.
Retirei rapidamente a patética escolha musical e optei pela louca Tina Turner em busca de um pouco de Human Power. Era urgente pernas firmes e cabeleira desgrenhada, largar a religião judaico cristã punitiva e sofrida (se não fosse a ajuda de Saramago nunca teria chegado a tamanha conclusão) e virar budista. Nesse mesmo instante, em que em plena perícia trocava de CD`s, fui avisada por com condutor histérico que estava a conduzir com as luzes apagadas, estilo Michael Knight ao controlo do seu terrível K.I.T.T. A noite estava límpida e a marginal está muito bem iluminada, se fosse em sentido contrario até compreendia tamanho alarmismo, enfim o pessoal na Capital tem stress por tudo e por nada, " homens...homens...! se continua assim um dia ainda tem um enfarte...!".
Maria João
VIve cada dia como se fosse o último dia em que acordamos inocentes.
Maria João
Católica desde um ano de idade, passei pela primeira comunhão e até me casei pela igreja, tenho fotos que o comprovem e até uma cédula de vida religiosa. O divórcio não teve direito a cerimonia religiosa pois a igreja não tinha antecipado esse percalço, lacunas...enfim!
Quando deixei de o ser, fui embora para casa sem qualquer indemnização, uma gratificaçãozinha pelos anos de dedicação à casa, um jantar de despedida, um presentinho, um louvor, um simples terço de recordação, uma garrafinha de água benta, uma carta de recomendação para outra multinacional da fé - Nada.
O mesmo aconteceu a Saramago...comprendo portanto a sua raiva...não se faz....não se trata uma pessoa assim...é muita desconsideração junta e ele é um Nobel!
Maria João
Bastou um seu sorriso,
Numa manhã de chuva,
P'ra os anos que passaram
Deixarem de contar
E ela sentir, de novo,
Entre surpresa e confusa,
A beleza única do seu profundo olhar.
Não há um amanhã
Nem mesmo um nunca mais,
O que foi impossível
O tempo sublimou.
Mas do seu sorriso lindo,
A chuva é testemunha
Da marca invisível
Que p'ra sempre ficou!