Ao longo da minha existência tenho conhecido homens bons, não me posso queixar, invariavelmente eles surgem onde menos o mundo esperava, e certamente onde as convenções segundo as quais fui criada me ensinaram a nunca procurar. Vou ser mais explicita encontrei alguns em homens cadastrados. Um deles, tipo picnico, compacto e musculado, cabelo rapado e olhos de criança me brindou com uma frase que tenho colada em mim: “um homem não entra em desespero”, pelo que me contou a dizia vezes sem conta ao seu filhote, menino de 5 anitos algo nervoso. Demorei muito tempo a entender algo absolutamente simples, ao contrário do que diz o saber popular não é o "hábito que faz o monge”, o selo de qualidade humana não se lê nos fatos Armani, gravatas de seda e sapatos italianos. Ela surge do íntimo do ser, não está ligado ao berço de ouro, nada tem nada haver com o passado de cada um, muito menos com os erros estúpidos da adolescência. Encontra-se sim ligado à capacidade do ser se transcender, resgenerar, reinventar, de entender os seus limites e fraquezas, e pedra sobre pedra tentar a todo o custo ser melhor. Os homens bons cometem maus passos e arrependem-se os outros esses nunca admitem erros e nunca se questionam. Tenho dito!
Maria João