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O meu ex. marido encontra-se em parte incerta, não sei se descendo o Nilo ou subindo o Amazonas, acho que nunca diz para onde vai na esperança de eu o achar intrigante ou até mesmo um aventureiro. A minha sogra (acho que segundo a lei portuguesa esse estropício mantêm esse titulo) telefonou ao meu filhote chorando copiosamente devido ao facto do idiota do seu rebento não comunicar faz 16 dias. O miúdo detentor de uma sabedoria única, no alto dos seus 11 anos respondeu calma e pausadamente “não se preocupe o meu pai ou não tem rede ou tem mais que fazer!”, palavras sábias e reconfortantes para a avó taralhouca que perante tanta sensatez se sentiu ridícula e deixou de carpir magoas. Em seguida sentou-se junto de mim, abriu aqueles olhos enormes que tornam o meu coração em manteiga e confrontou-me com tal dilema. Passando a mão pelo seu cabelo castanho clarinho, salientei com ares de certeza absoluta a indiscutível falta de rede nos países longínquos, deixando cair a parte do “estar-se nas tintas” (apesar dessa ser a ilação mais acertada de todas).
Hoje no carro confidenciou: “mãe estou tão desejoso que chegue sábado para estar com o meu pai!”, como não sei se tal se vai concretizar ou se o idiota vai optar por ficar a descansar devido ao jet-lag, fiquei com um nó na garganta e um frio no estômago, resultado prometi-lhe o cão que ele tanto queria. Verdade, senti-me tremendamente culpada em não lhe ter dado outro pai, passei uma vista de olhos nos príncipes do passado: o Jorge era bom rapaz mas tinha se revelado bi recentemente, o Ricardo morreu de overdose nos braços de uma testemunha de Jeová, o Frederico converteu-se à Teologia da Libertação e fez voto de castidade que segue com orgulho faz 10 anos…cada tiro cada melro!
Lá fomos os dois ter com a criadora e garantir que na próxima ninhada queríamos um filhote. O miúdo ficou feliz, eu pensei nos móveis, nos cortinados, na gata, nas plantas, nos vizinhos e no apartamento com apenas uma varanda e telefonei para a Era. Falei atabalhoadamente com o mediador imobiliário da urgência de mudar para uma casa com quintal por causa do novo inquilino (Maria do Socorro em honra de Nossa Senhora do Socorro se for cadelita e Mateus se for cãozinho, não por causa de Santo Mateus, não tenho devoção a santos - o genero masculino não combina com santidade) dei por mim a dissertar sobre a infelicidade de ter escolhido um idiota para pai do meu filho e das inúmeras possibilidades dos bancos de espermas. O vendedor foi empático, de uma paciência tocante, dava sem duvida um bom psicoterapeuta, este pessoal deve ter formação especifica, diria mesmo um treino de tirar o chapéu em como lidar com "mulheres em stress traumático pós divorcio", combinamos encontro amanhã á tarde.
Maria João