Após o casal ter concluído que a relação esgotou-se, tentam-se diversas soluções, aqui vai o inventário:
- Secções de terapia familiar na sociedade portuguesa de terapia familiar, com a participação dos interessados e respectivas famílias bem como rede de apoio (vizinhos e amigos). Aviso: A participação entusiástica da sogra nunca ajuda;
- No intuito de acender a labareda da relação recebem aulas semanais de sexologia. Ela estabeleceu uma relação calorosa com o massajador facial (descobre o ponto G graças a um eficaz golfinho azul com pilhas duracell) e ele com a terapeuta. No caso de terem menos guita recorrem a competente consultora sentimental da revista "Maria";
- Ele tenta psicoterapia (psicanálise é mais lenta e o dinheiro não estica). Ela psicodrama, com pratos a voar pela casa fora. O enredo complica-se. Mais uma vez no caso da massa não abundar recorre-se ao apoio da vizinhança, escutam-se os conselhos vindos das novelas brasileiras e de produção nacional, padre e barman e compra-se loiça de plastico;
- Falhadas estas tentativas ela converte-se à opus dei e ele à maçonaria. Aqui também varia de acordo com a sofisticação do casal, pode ocorrer conversões distintas: Reino de Deus e taberna da esquina;
- Devido a crise financeira resolvem continuar casados, compartilham o frigorífico, a renda da casa, as contas fixas, o seguro do automóvel, o cão e os filhos (alternando para a relação ser igualitária como manda o figurino);
- A vida sexual e a intimidade são repartidas com outros personagens e objectos secundários e passageiros. Cada um está em relação com o que está e os saldos do Corte Inglês também aumentam a libido. Os homens passam a dedicar a sua vida à sua verdadeira paixão: filatelia, bola e paixão platónica pela vizinha elas limitam-se a engordar e a aumentar a dose de xanax.
Maria João