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Ao fundo o som de um martelo em fúria. A minha Tia é uma artista, faz jóias absolutamente fantásticas. Imagino-a de óculos de soldador em cima do cocuruto.
A sua imagem de marca são os óculos. Tem uns de escafandrista para cortar cebola e outros do estilo o diabo veste brada que lhe dão inegável charme.
Tinha interrompido o seu processo criativo com mais um dos meus telefonemas existencialista:
- Tia, não estou bem! (voz alucinada)
- Que se passa João! (verbo de uma paciência milenar)
- Estou angustiada, muito angustiada…Qual o significado da vida? (clamor de alucinada carpideira num remoinho de um ataque de nervos)
- João, o significado da vida é não ter significado nenhum! (voz calma de sapiência secular com uma pitadinha de riso)
- O meu Pai disse o mesmo! (tom impaciente)
- É uma resposta completa e profunda! (nota dita em riso secular)
- Pelo amor da santa, quero algo mais! Não pode ser como a porca com orelhas. (tom em riso de alivio de quem encontrou o pé no mar alto)
A porca com orelhas é algo que se deve ter em casa pelo menos em número par, fundamental para resolver situações de emergência. Tal desiderato foi criação da minha Tia, trata-se por tanto de um dogma familiar.
- Tu pensas demais, a maioria das pessoas passa uma vida santa sem questionar nada. Tens de simplificar!
- A Tia acredita em algo?
- Acredito. No ácido acetilsalicílico, panadol e na rena! (voz de riso de menina traquinas)
- A rena?
- A rena Rodolfo do Pai Natal, só essa!
Maria João